Na atualidade o transporte ferroviário apresenta-se como forte tendência da procura cultural e turística, integrando-se
na componente emergente dos territórios que se baseiam sobretudo no Turismo Industrial. Verifica-se que os
passageiros transportados no sistema ferroviário, a nível nacional somam um total de 10.224 em 2021 (Fonte: INE,
PORDATA, atualização a 15.11.2022). No entanto, também ao nível nacional desde a década de 80 que a ferrovia viu
muitas das suas linhas serem desativadas, observando-se um desinvestimento nas Estações e Apeadeiros (E&A), de
uma forma generalizada. Como tal, a Rede Ferroviária do Médio Tejo (RFMT), que compreende o Ramal de Tomar:
Estações de Tomar, Lamarosa e Entroncamento e Apeadeiros de Carvalhos de Figueiredo, Santa Cita, Curvaceiras,
Carrascal-Delongo e Soudos – Vila Nova), não foi exceção. O Ramal de Tomar teve a sua génese por determinação da
autarquia de Tomar que no ano de 1913 tomou a iniciativa desse projeto ferroviário. O mesmo, tendo sido aprovado
nesse mesmo ano, só foi aberto à exploração industrial ferroviária, em 24 de setembro de 1928, na época com a
denominação de Caminho de Ferro de Lamarosa a Tomar (https://www.cp.pt/institucional/pt/cultura-ferroviaria). Na
atualidade, as E&A que fazem a ligação entre Tomar ao Entroncamento (campo de estudo deste Projeto), encontramse degradadas, sem qualquer serviço e informação ao visitante/turista/utilizadores do comboio em geral.
Neste sentido, este Projeto visa a valorização cultural e turística do Ramal Ferroviário do Médio Tejo, através da
gamificação patrimonial ferroviária.
Estipulou-se para este Projeto, os seguintes Objetivos (O):
O1) Fornecer uma visão geral do estado do património ferroviário (Ramal Tomar) e recolher histórias informais sobre o
«modus vivendi» dos residentes sobretudo das zonas limítrofes aos Apeadeiros.
O2) Promover o património ferroviário numa ótica de sensibilização e dentro do contexto de valorização turística a
todos os que se movimentam através do transporte ferroviário.
O3) Dar a conhecer através da interpretação e gamificação os recursos ferroviários existentes nas Estações e
Apeadeiros (E&A), entre Tomar e o Entroncamento.
Para atingir os Objetivos (O) estabelecidos neste Projeto, optou-se pela seguinte Metodologia (M), permitindo os
seguintes resultados expetáveis (R):
O1/M1) Levantamento dos recursos patrimoniais ferroviários (Fichas “Memória Descritiva” de cada recurso),
existentes no Ramal Tomar e realização de entrevistas. As entrevistas semiestruturadas serão levadas a cabo numa
lógica exploratória e de forma a obter elementos qualitativos, juntamente com os critérios científicos suportados pela
revisão de literatura existente. Criação de um Modelo de Ficha “Memória Descritiva” para o Património Ferroviário
(FMDF) e criação de um Banco de Dados de Informações Ferroviárias (BDiF). O cumprimento deste O1/M1, aplica-se ao
Ramal Tomar que compreende E&A, dentro da Rede Ferroviária do Médio Tejo: as Estações Ferroviárias de Tomar,
Lamarosa e Entroncamento e os Apeadeiros: Carvalhos de Figueiredo, Santa Cita, Curvaceiras, Carrascal-Delongo e
Soudos – Vila Nova.
R1) Obtenção de informação sobre o Património Ferroviário (FMDF), reunida através das Fichas “Memória Descritiva”,
que serão uniformizadas para consulta e acesso a um Banco de Dados de Informações Ferroviárias (BDiF) – texto e
imagens.
O2/M2) Incremento de workshops e iniciativas promocionais dentro da temática “Turismo e Património industrial”,
com foco na ferrovia, no campo de atuação de sensibilização para a conservação e valorização do património
ferroviário. As iniciativas serão desenvolvidas, não só no Museu Nacional Ferroviário, mas também nas Instituições
Parceiras, nacionais e internacionais deste Projeto.
R2) Aquisição de conhecimentos de capacitação para os recursos patrimoniais relacionados com a ferrovia e sua
valorização cultural e turística.
O3/M3) Desenvolvimento da gamificação através da elaboração e utilização de um código de barra bidimensional
(QrCode). Será desenvolvido um processo de incorporação de QrCode em cada E&A do Ramal de Tomar ao
Entroncamento. O QrCode remeterá para o site do Museu Nacional Ferroviário que em formulário didático-pedagógico
sobre o património ferroviário (formulário desenvolvido pelo MNF), dará acesso a um conjunto de curiosidades sobre
toda a “indústria ferroviária”. Significa que a gamificação dos conteúdos patrimoniais ferroviários será efetivada como
proposta do processo de ludificação, em específico, através do envio/apresentação de prova do registo fotográfico de
todas as E&A (entre Tomar e Entroncamento), para o site do MNF. Também será criado um passaporte GAMRail, (a
adquirir nas Estações de Tomar e ou Entroncamento), por todos os indivíduos que se mobilizarem pela via comboio e
Breve descrição do projeto e do plano de execução. Incluir:
- Introdução ao problema a tratar, objetivos, metodologias, novidade e resultados expectáveis;
- Explicitação da integração do projeto nos eixos de investigação e linha(s) temática(s) do TECHN&ART;
- Apresentação de resultados societais esperados.
adquirir nas Estações de Tomar e ou Entroncamento), por todos os indivíduos que se mobilizarem pela via comboio e
que percorram as E&A (referidas em O1/M1). O passaporte poderá ser carimbado no Museu Nacional Ferroviário do
Entroncamento, atribuindo-se-lhe um Voucher para visitação gratuita ao museu, de acordo com a demonstração da
efetivação da gamificação por todas as E&A.
R3) Disponibilização gratuita para consulta, de um local/link em Open Source no site da CP-Comboios de Portugal sobre
o projeto (aplicado ao Ramal Tomar), como potencial didático-pedagógico de aprendizagem/conhecimento (cultural e
turístico), e difusão de informações sobre os recursos patrimoniais ferroviários existentes nas E&A do Ramal de Tomar
ao Entroncamento. O mesmo será disponibilizado pelo Museu Nacional Ferroviário no Entroncamento, enquanto
património industrial de cariz ferroviário.
Em termos de resultados societais, espera-se contribuir para o conhecimento de um tipo de património – o ferroviário -
existente em contextos que passam despercebidos aos que usufruem da mobilidade ferroviária (comboio), por não se
encontrarem identificados, interpretados e “gamificados” em termos de informação e valorização cultural e turística.
euni
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